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Viagem ao coração do Brasil indígena

As experiências de uma viagem marcada por muitas surpresas, passando por estradas e rios sinuosos, meios de transporte diversos, como um vôo em um avião remanescente da II Guerra Mundial, além das dificuldades e perigos da mata fechada em uma canoa pelo Rio Cururu - afluente do Tapajós - estão no livro "Tawé - Nação Munduruku, Uma Aventura na Amazônia", do professor Walter Andrade, do curso de Psicologia da FUMEC. O lançamento acontece hoje à noite, na Livraria Status (Rua Pernambuco, 1150 - Savassi).

A obra, publicada pela Faculdade de Ciências Humanas da FUMEC e a Editora Decálogo, narra a história de Walter Andrade, que viveu uma interessante aventura com a tribo de Índios Munduruku, na floresta amazônica. A aventura teve início na década de 70, quando o professor e a mulher decidiram conhecer a região norte do Brasil. Após muitos caminhos percorridos, chegaram ao coração da Amazônia e tiveram um impensável encontro com os índios Mundurukus, mais conhecidos como os "cortadores de cabeças".

"Estávamos em plena ditadura militar, quando os Munduruku já se viam abandonados pelas políticas governamentais e ameaçados pelo avanço de fazendeiros e madereiros sobre seu território", rememora o professor, que na viagem se aventurou pela floresta e pelos rios acompanhado pelo índio Tawé - o tuxaua, chefe ou referência de sabedoria e de comando dos Mundurukus. "Fomos a regiões onde o homem branco não havia ido, vivi o modo primitivo de luta pela sobrevivência dos filhos-d-sol e dos filhos-da-lua" (as duas linhagens Munduruku) e a forma de relação com a natureza e com o ser humano que a nossa civilização desconhece", salienta Andrade.

Tradicionalmente reconhecidos por serem guerreiros, os povos Mundurukus dominavam culturalmente a região do vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato e durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia. Atualmente, 10.065 índios da tribo habitam as rgeiões Norte e Centro-Oeste. Suas guerras contemporâneas estão voltadas para garantir a integridade de seu território, ameaçado pelas pressões das atividades ilegais dos garimpos de ouro, pelos projetos hidrelétricos e a construção de uma grande hidrovia no Rio Tapajós. (Christian Catão)

(Diário da Tarde / Caderno 2 - Belo Horizonte, MG - 06/06/06)

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